segunda-feira, 15 de julho de 2013

Coragem!

Não inscrevi a Helena no curso de férias da escola. Mil motivos.

No entanto, na semana passada, aconteceria um passeio para uma fazendinha (provavelmente fazendinhas são os locais preferidos da Helena entre todos os locais do universo conhecido). E a escola aceitava a inscrição de alunos não matriculados no curso de férias. E eu precisava, desesperadamente, de um dia de folga da minha filha mais velha.

Perguntei a ela se ela gostaria de ir. Aqui vale dizer que, depois do nascimento da Teresa - e especialmente agora, que a irmã está fofa gostosa cheia das gracinhas -, ela deu uma regredida em termos de independência. Deu uma grudada em mim. Nada preocupante, nada inesperado, nada insuportável embora às vezes eu tenha vontade de sumir. Mas rolou essa regredida.

Ela disse que sim, que queria ir. Combinamos que ela só iria se realmente estivesse a fim, que eu não a deixaria chorando nem nada disso. Ok.

No dia, acordamos, perguntei a ela se ela queria mesmo, ela se mostrou animada e foi logo se trocando para ir. Café, beijinho na irmã (com direito a pirraça você é nenezinha e não po-de-i-ir), tchau.

Quando chegamos na porta da escola, o ônibus estava lá. E nesse momento ela deu uma amarelada. Mãe, to com medo. Eu lembrei a ela que ela gostava de andar de ônibus mas não sozinha mãe, eu gosto de andar de ônibus com você ou a vovó. Ok, disse a ela que entraríamos na escola e lá ela poderia pensar se queria mesmo ir. Se não quisesse, voltaríamos pra casa, sem problemas.

Disse também que era normal sentirmos medo, mas que normalmente quando decidimos enfrentar o medo a recompensa é boa. Que eu sabia que ela gostava muito da fazendinha e que iria se divertir no passeio.

Ela entrou na escola, desconfiada. Não quis descer do meu colo. Mas a professora que iria acompanhá-los veio falar com ela. Disse que eles iriam brincar com os bodes, pegar os coelhinhos no colo, dar comida para os patinhos. O olho dela foi brilhando.

Até que ela me olhou e disse:  mãe, eu to com medo, mas eu vou. Eu vou na fazendinha. 

E desceu do colo. Resoluta.

Fiquei emocionada com a coragem e a clareza da minha pequena. Tão pequerrucha. Saí da escola, me escondi na rua em frente, de modos que pudesse acompanhar o embarque dos pequenos sem que ela me visse (ai gente, quem nunca?) e vi. Ela subindo no ônibus, toda contente, com os amiguinhos.

Passou o dia fora, passei o dia com o coração na mão (ela nunca tinha ficado tanto tempo fora com "estranhos"). No final do dia, peguei uma menininha absolutamente cansada e absolutamente feliz. A professora me disse "nossa, como ela se divertiu!".

Fiquei feliz. Emocionada. Admirada com ela.

No dia 10.07.2013 a Helena entendeu que, sim, vale a pena enfrentar o medo. A coragem pode ser recompensadora.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Seis meses e um agradecimento

Muita coisa aconteceu desde a última vez que eu tive ânimo para escrever aqui. Muitas emoções intensas, que foram vividas e permanecerão eternamente registradas, não aqui, mas nas nossas memórias. Nossa família se transformou profundamente com a chegada arrebatadora da Teresa. Sentimos uma completude. Agora, não falta mais ninguém.

Muitas coisas vividas e, neste domingo 07.07, quase sem que eu percebesse... a Teresa completou seis meses de vida. Seis meses de muita alegria.
E seis meses de aleitamento materno exclusivo. Me sinto privilegiada por ter conseguido proporcionar isto para as minhas duas filhas. Sei que formamos ótimas equipes, cada uma a seu tempo, e que não enfrentamos nenhum grande percalço nestas jornadas. O mérito por estas conquistas é nosso, claro.
Mas sei, também, que contei com uma incrível rede de apoio que nos ajudou nessas conquistas.
O principal e fundamental foi o apoio do Daniel, super pai, super companheiro, que de cara (talvez até antes que eu) entendeu a importância da amamentação para as meninas e proporcionou a mim a tranquilidade (em todos os sentidos: financeira, física, emocional) necessária para me dedicar à tarefa.
Mas outras pessoas também tiveram um papel importante nisso, e talvez nem saibem: minha mãe, que venceu a resistência inicial e  logo foi convertida à causa e se tornou uma propagandeadora dos benefícios do leite materno. E as minhas companheiras de primeira viagem, que me ajudaram a passar pela primeira experiência e, assim, a tornar a segunda muito, mas muito mais tranquila: a Flá que abriu caminho e foi me mostrando, dia após dia, que YES WE CAN - inclusive trabalhar e amamentar - e a , que passou comigo por todas as dúvidas, cansaços, angústias e inseguranças. Que me entendeu como ninguém. Que me apoiou e esteve comigo em todos os momentos.
Hoje, olhando em retrospectiva, percebo a importância desses apoios todos. E agradeço o privilégio de tê-los tido.
Obrigada! Obrigada, mundo!