sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Voltei!

E então que cheguei na quarta-feira cedo. A viagem foi ótima, eu e meu marido conseguimos (mais ou menos) nos desligar do papel de pais por alguns dias e fizemos programas de adulto, dormimos um monte, almoçamos quatro da tarde e todas essas coisas que de vez em quando a gente morre de saudade de fazer.

Mas morrer de saudade MESMO, a gente morreu de saudade da pequena. Ficamos fora por 10 dias e para mim foi o limite; na verdade eu teria voltado dois dias antes bem satisfeita.

Nem precisa dizer que eu comprei para mim uns dois vestidos e para ela duas malas cheias de roupas e brinquedos, né? hahahaha. Culpa rules.

Quando voltamos foi uma festa só. Eu estava mini-preparada psicologicamente (mentira, eu ia ficar arrasada) para tomar o maior gelo ever, mas felizmente ela me deu só uma olhada do tipo "te conheço?" e depois pulou no meu colo, de onde só saiu para o cavalinho do papai - mas ainda assim, ficava olhando para trás para ver se eu estava lá, fofíssima. 

Eu tinha a quarta-feira e ontem livres, então passei os dois dias inteirinhos curtindo a função mãe e aproveitando muito a minha baixinha - que se transformou no maior grude do mundo, uma delícia, confesso.

Fiquei um pouco preocupada - e MUITO culpada - porque ela simplesmente não solta a minha mão nem sai do meu lado. Quando eu saio do campo de visão dela, ela chora e grita, me chamando. Ontem, por exemplo, fui buscar algo que tinha esquecido na garagem. Quando fechei a porta do apartamento, ela foi até lá e gritava mamãe, mamãe!

A impressão que dá é que ela fica com medo que eu "suma" de novo, se sair de perto dela. Mas acho que isso passa daqui a pouco, não passa?

Hoje cedo ela ficou grudada comigo, e foi uma luta para o papai convence-la a ir passear e ver os cachorrinhos (pensa, é o que ela mais gosta na vida!). Enquanto eles passeavam eu tomei banho e me arrumei. Quando fui sair para o trabalho, ela deu tchau... então acho que esse grude total e este desespero quando saio de perto estão com os dias contados... pelo menos espero.

Eu AMO viajar e sempre fui aquela pessoa que não entendi quando meus companheiros de viagem diziam, geralmente nos últimos dias de folga, que estavam com saudade e com vontade de voltar para casa. Mas agora a Helena me mostrou que sim, isso é perfeitamente possível... foi bom viajar, mas foi melhor ainda voltar!

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A garotinha

Aqui no prédio, como eu já disse várias vezes, é cheio de crianças. Durante a semana, a maior parte delas (minha filha inclusive) fica lá embaixo com as respectivas babás. Quando eu desço, sempre vejo as babás, mas de vez em quando aparecem umas mães. Tem as mães que não trabalham, as que estão em licença maternidade (sim, tem vários bebês pequeticos) e as mães como eu, que trabalham mas têm um horário mais flexível e conseguem dar uma descida de vez em quando.
Mas nos finais de semana quando eu desço com a Helena, a situação se inverte. É um monte de mãe e uma ou outra babá. Nestes momentos, acabo conhecendo as mães de todas as crianças que ficam lá embaixo com a Helena. Menos de uma garotinha.
Ela tem pouco mais de dois anos, olhos grandes e expressivos, uma bochecha alta e uma franjinha. É uma graça de menina. E sempre, sempre está com a babá. Em todas as situações – durante a semana no parquinho, final de semana, na piscina! – ela está com a babá (ou com a folguista). Nunca vi a mãe desta menina.
Estes dias eu estava lá embaixo e a babá dela disse: “vamos subir, porque está na hora de você jantar, tomar banho e nós vamos esperar a Tata para eu poder ir embora”. Eu, ingênua, perguntei se a Tata era a mamãe. Não, não era, a Tata é a babá que faz o turno da noite. A babá me contou que a mãe sempre chega tarde, quando a garotinha já está dormindo.
Ontem foi a festa do Gabriel. A mãe dele é uma simpatia só, e convidou toda a molecada. Estavam todos lá: Malu, Dudu, Bia, Ana Letícia, Manu… todos com os pais, ou pelo menos com a mãe. A garotinha? Com a babá, é claro. Só ela e a babá.
Eu não vou me permitir criticar e muito menos julgar esta mãe. Eu não tenho idéia de como seja a vida dela, do que ela pensa, tampouco de como é aproveitado o tempo que ela tem com a filha. Mas esta ausência toda é o oposto do meu jeito de ser mãe, do tipo de mãe que eu estou me tornando. Eu não consigo deixar de ter muita dó desta menina. E de ver, naqueles lindos olhos expressivos, um tanto de tristeza.

post escrito em 20.03.2011

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Batizado

Em fevereiro batizamos a nossa pequenininha. Estávamos muito felizes e decidimos fazer uma festa para reunir as duas partes da família.

Os padrinhos foram meu irmão e a esposa dele. 

Durante a cerimônia, a Helena, pimentinha que é, não decepcionou: armou o maior berreiro. Ainda bem que eram apenas três crianças e tudo acabou rápido...

Depois do batizado, recebemos os familiares e amigos muito íntimos para um almoço no salão de festas do meu prédio. Fizemos tudo em casa: saladas, tortas (frango, camarão e palmito) e cuscuz. Na mesa de docinhos, brigadeiro, doce de nozes, brigadeiro branco recheado com uva, bicho de pé. Para completar, um delicioso e molhadinho bolo gelado de coco, autoria da vovó.

Foi uma festa muito gostosa, a pequena passou de colo em colo e todos nos divertimos muito. 

Abaixo algumas fotinhos da mesa de doces:

Mesa de doces

Tentativa frustrada de cakepops - saiu tudo torto, mas o resultado final até que foi bom


Mesa de doces, outro ângulo

Mesa das lembrancinhas, que eram biscoitos em forma de anjo

A homenageada com a mamãe (Meu Deus, como ela era pitoquinha!)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Experimentando novos sabores

E enfim chegou o dia 30 de janeiro. Seis meses de amamentação exclusiva, primeira etapa cumprida. Era chegada a hora de apresentar novos sabores para a minha pequeninha. Eu estava super ansiosa, esperando por este momento. A primeira vez que ela ia comer sem precisar de mim. Emocionante, mesmo.
Resolvemos ser muito tradicionais e oferecer suco de laranja lima como primeiro sabor novo para a pequena. Esperamos o dia 30 chegar. 
Neurótica purista que sou, achei que poderia ser no dia 30 mesmo, porque ela nasceu na madrugada, então, no dia 30 de manhã ela já teria completado seis meses só no peito.
E também, é claro que eu não aguentaria mais uma semana esperando para oferecer o suquinho para ela.
Aproveitamos que o dia 30.01 caiu em um domingo, portanto, eu e o papai estaríamos em casa o dia todo para curtirmos juntos este momento. Fazia uma calorão!
Eu já tinha ouvido diversos relatos de bebês que rejeitam as frutinhas / suco / sopinhas / qualquer coisa que não seja o leite da mamãe. Mas com a minha filha, isso não ia acontecer… afinal, ela é tão boa de boca! Mama muito, ataca com voracidade as vacinas, a vitamina, a água do banho e da piscina…
Acordamos, ela mamou e, seguindo as orientações da pediatra (que disse que a Helena não aceitaria o suco se estivesse com fome), esperei um pouco mais de uma hora para oferecer o suco, para o horário ficar bem no meio entre duas mamadas.
Coloquei o suco na mamadeira e dei para ela. Ela olhou com uma carinha desconfiada – porque a minha mãe está me dando uma mamadeira? – mas pegou. Começou a chupar. Eu fiquei toda contente. Viu? Minha filha não vai rejeitar suco nenhum. Chupava, pegava a mamadeira com as duas mãozinhas, meu marido todo orgulhoso filmando tudo. Até que dei uma olhada mais atenta e percebi que o nível do líquido estava sempre o mesmo… rs… é claro, o bico estava entupido!
Desentupimos o bico, coamos o suco de novo e oferecemos para ela. Logo na primeira golada… cara de eeeeeeeeeca e uma bela cuspida.

eeeeeeeeeeeeca mãe


Insisti mais um pouco, mas ela não quis de jeito nenhum. Deixei para lá. Depois da mamada (ela mamou no horário certinho), tentei com o suco geladinho, no copinho… nada. Cada gole, uma cuspida.
No dia seguinte a mesma história. Só que ela ficou espertinha e só de olhar para o copinho já ia trancando a boca (bem fofa, admito). Não forcei, não insisti. Ela desceu para brincar e levou o copo como se fosse um brinquedo. No meio das brincadeiras, acabou dando uns goles. Deve ter tomado uns 10 mL no máximo (Fla, lembrei tanto de você!).
Na terça, rejeitou o suco de novo. Achei que ela poderia estar estranhando o fato de ser um líquido que não era leite. Resolvi então radicalizar e dar um mamão amassadinho. Porque seria uma textura diferente, e não algo que fosse parecido com o leite.
Ela experimentou a primeira colherada. Fez carinha de vômito, fechou os olhinhos. Na segunda colherada… trancou a boca. Fofo, embora um pouco desesperador. Deixei ela brincar com a frutinha, com o talher, o prato, para ela se familiarizar com a textura e não ficar pensando que a hora de comer é um negócio ruim. Ela colocou as mãozinhas no mamão, deu uma lambida na mão… e cuspiu tudo. Me olhou com cara de deu, mãe. Tirei ela da cadeirinha quando ela começou a resmungar.

Mãe, me salva, essa fruta quer entrar na minha boca!


Passamos assim o resto da semana. Ofereci mamão e banana amassados, a banana ela chegou a comer umas duas colheradas e eu já achei ótimo. No esquema: primeira colherada o que é isso?. Segunda colherada meio no susto, boquinha trancada quando eu oferecia a terceira colherada e boquinha trancada + rosto virado para o outro lado quando eu oferecia a quarta. Aliás, sobre a boquinha trancada + rosto virado, devo confessar que, embora um pouco desesperador, me enche de orgulho. A menina tem personalidade e não faz o que não quer. Fecha parêntesis.

Pelo menos ela passou a brincar mais com a comida, o que eu considerei um avanço

Na sexta, tivemos consulta com a pediatra. Eu sou muito ansiosa e
já estava me imaginando tendo que amamentar esta menina na balada
estava meio tensa com esses passos de tartaruga. A Guta me acalmou. Na verdade, ela me disse várias coisas que eu já tinha pesquisado e lido sozinha, mas ouvir de outra pessoa é tão bom, né?
Disse que eu tinha que entender que não é que a Helena passou seis meses mamando só no peito. Ela passou a vida toda dela mamando só no peito. Seria um pouco demais esperar que no dia seguinte ela falasse ok, manda aí esse suco, vou tomar tudo. Disse também que cada bebê tem um ritmo, que ela poderia estar com medo de que eu deixasse de amamentá-la (own, filha, que linda, eu não vou deixar de te amamentar, prometo, só não vou na balada te dar o mamá porque estou meio véia para tecneira), que o ritmo da alimentação é diferente (toda uma teoria de fluxo contínuo x colheradas intervaladas), que eu tinha que dar um tempo para ela se acostumar e largar de ser uma ansiosa-controladora.

Já disse que amo a pediatra dela? Amo a pediatra dela.
Por fim, ela me disse (eu já tinha lido) que esse negócio de começar com frutas é absolutamente cultural e que alguns bebês aceitam melhor a comida salgada, e que, como a Helena tem seis meses, o intestino dela já é naturalmente mais desenvolvido (ao contrário dos bebês de quatro meses que começam a comer), então, eu poderia ser mais ousada e oferecer mais coisas para ela, como uma papinha de legumes com carne, por exemplo.
Fiquei com aquilo na cabeça mas resolvi insistir com as frutas no final de semana. No sábado fomos ao clube e oferecemos água de coco, ela tomou uns golinhos. Na hora do almoço, dei uma folha de escarola na mão dela, e ela chupou vorazmente a folha, até murchar. Mas a mamãe lenta não captou o sinal. À tarde, dei uma banana e foi bem divertido: ela comeu algumas colheradas da banana amassada e fez a maior meleca de todos os tempos. Deixei ela brincar bem à vontade, na mesa da varanda. Saímos as duas de lá direto para o banho. No domingo ofereci suco de laranja com maçã, ela não tomou, e maçã raspada (comeu uma colherada e trancou a boca).
Segunda-feira, eu já a um passo do pânico.
Ofereci pêssego amassadinho, ela gostou! Comeu umas duas colheradas e passou a não trancar a boca, só a cuspir (olha a evolução, minha gente). Dei um pedaço de pêssego, grande (para ela não engasgar) na mão dela e ela chupou com gosto. Fiquei bem animada.
No dia seguinte, acordei e me deu um cinco minutos: resolvi testar a papinha salgada.
Fui ao mercado, comprei uma mandioquinha, uma cenoura e uns pedaços de ossobuco (jantei ossobuco no dia que ela nasceu, achei que poderia dar sorte, haha). Lembrei da pediatra: acho sacanagem oferecer comida sem gosto para os bebês e querer que eles gostem. Comida tem que ser gostosa!
Refoguei a carne com cebola e um titico de nada de óleo. Juntei os legumes, dei uma refogadinha e cobri com água. Deixei lá cozinhando (e a empregada, que nunca tinha me visto fritar um ovo, arregalou os olhos, certamente pensando essa aí pirou). Depois de cozido, amassei com o garfo mas como ainda estava muito pedaçudo desobedeci à pediatra e a tudo o que li sobre alimentação de bebês e bati com o mixer. Provei – estava muito bom!
Ela acordou faminta, dei de mamar, saímos para dar uma volta (na terça consegui trabalhar de casa o dia quase todo e só precisava sair no final da tarde). Esperei pouco mais de uma hora e ofereci a papinha salgada.
Tenho uma palavra: SU-CES-SO. Ela pegou a colher com a mão, ficou super animada, abria a boca querendo mais. Não trancou a boca nenhuma vez (só no final quando estava bem satisfeita). Deixei ela ficar a vontade, e ela meteu a mão no prato e espalhou comida para todo lado. Dei uma colher na mão dela e fiquei com a outra na mão, foi uma delícia. A maior farra. E nessa farra ela comeu bastante (uma colher de sopa de papinha, mais ou menos. É um monte).

Até que agora melhorou esse negócio de comida

Depois disso ela tinha comida até na orelha (literalmente). Tomou banho-de-pia e foi brincar. No fim, atrasou a mamada mais de uma hora, o que significa que ficou satisfeita com a comidinha.
Hoje ofereci a mesma papinha, ela comeu bem de novo. Depois mais tarde dei uma pera, naquele esquema: metade descascada na mão dela, metade raspadinha. Ela se divertiu bastante e comeu umas colheradas.
Acho que agora engrenamos. Estou animada para as cenas dos próximos capítulos.

post escrito em 09.02.2011 - ela começou a comer meeeeeesmo depois de 10 dias. Se você é uma mamãe que está passando por isso, não se desespere. Dê tempo ao tempo, seu bebê vai comer. Prometo. 



sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Alguns pensamentos soltos sobre amamentação

Às vésperas de completar seis meses de amamentação exclusiva (faltam 04 dias!), tenho pensado muito sobre o tema. E ainda não consegui responder a uma questão recorrente (que me ronda a uns bons meses, já): de onde veio toda essa vontade de amamentar?
Eu sempre fui aquela pessoa que consolava as amigas que não conseguiam amamentar, sabe? Porque eu sinceramente acredito (acredito mesmo) que a maternidade não é só isso. Existem inúmeras mães extremamente dedicadas, amorosas com seus filhos, que não amamentaram, ou que o fizeram apenas por curtos períodos, por uma série de razões. E isso não as tornas piores mães que as que amamentam prolongadamente. São histórias escritas de diferentes maneiras, apenas isso.
Durante a gravidez, eu simplesmente não me preparei para não amamentar. Coloquei na cabeça que a minha filha iria mamar e ponto final. Comprei só uma mamadeira, e bem no finalzinho da gravidez, porque meu marido surtou e ficou falando que a gente tinha que ter pelo menos uma. Ganhei um porta leite em pó no chá de bebê e troquei por outra coisa. Mas em nenhum momento antes dela nascer, nem nos mais otimistas, eu acreditava de verdade que chegaríamos aos seis meses somente no peito.
O desejo de amamentar a minha filha nasceu junto com ela, eu acho. Nasceu quando, naquela sala pós-parto, ela abocanhou o meu peito com uma vontade, mas uma vontade, que eu pensei: “preciso fazer isso pela minha filha, durante quanto tempo for possível”. Talvez as coisas tivessem sido diferentes se ela não tivesse ganho um monte de peso no começo (ela ganhava muito mais que o esperado, coisa de 50 gramas por dia), ou se ela não tivesse mostrado a vontade que mostrou. Não sei. Mesmo. Sei que, conforme as semanas foram passando, eu fui colocando na cabeça que queria chegar aos seis meses só no peito. E, conforme fomos chegando perto, eu fui pensando que vou tentar chegar amamentando até o primeiro ano de vida dela.
Instinto materno? Teimosia? Gosto pelo desafio? Prazer pelo vínculo com a minha filha? Alegria nos momentos só nossos? Não sei.
De onde veio essa vontade toda de amamentar? Essa é uma pergunta que, para mim, permanece ainda sem resposta.

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Minha mãe sempre falou para quem quisesse ouvir que me amamentou por pouco mais de um mês e ao meu irmão por menos que isso. Dizia que não tinha paciência (quem a conhece, super acelerada, acredita que é bem capaz mesmo) para ficar horas com uma criança pendurada no peito. Dizia ainda que esse negócio de amamentar é bobagem, que as crianças não cresciam adequadamente, que o negócio era parar com sofrimento e entrar logo com leite artificial, que eu e meu irmão fomos criados assim e que estamos aqui, firmes e fortes. Uma coisa é fato: somos a prova viva de que sim, é possível ter um vínculo super legal com a mãe e ter uma saúde muito boa sem ter sido amamentado.
Pois então. Eu sabia que não poderia contar com o apoio dela, diante de qualquer dificuldade que tivesse.
Quando minha sobrinha (sete meses mais velha que a Helena) nasceu, minha cunhada teve uma série de dificuldades na amamentação. A bebê nasceu super pequenininha, não mamava direito, dormia no peito. Para completar, minha cunhada passou por uma mamoplastia redutora a alguns anos, e a produção de leite dela realmente não era boa. Ela tentou de tudo, inclusive relactação, teve apoio total do pediatra, mas conseguiu chegar somente aos quatro meses de peito, complementando desde o começo. No processo todo minha mãe vestiu a capa da sogra mala e falou um monte, insistindo para parar logo com isso, que bobagem esse sofrimento todo para amamentar.
Ter presenciado isso me fez ficar esperta. Quando chegou a minha vez, pintei o mar de rosas para a minha mãe. Nunca me queixei de dor na frente dela (e todo mundo sabe que para todo mundo o início da amamentação é sim um processo dolorido), sempre dava umas inflacionadas no ganho de peso da Helena e na minha produção de leite. Ressaltava, ainda, como era prático sair sem precisar levar mamadeira e leite, e falava que, amamentando, a neta dela não precisava ficar nem um minuto esperando a comida ficar pronta, era reclamar e ser imediatamente atendida, ou seja… não passava fome e não sofria!
Minha mãe esteve sempre por perto, desde que a Helena nasceu. E foi vendo a bebê crescendo, e o meu genuíno prazer em amamentar a pequena.
Até que um dia, estávamos conversando sobre isso. E ela me falou que tinha mudado a sua cabeça, que vendo como o processo todo foi tranquilo para mim, que agora tinha entendido que era possível. E que tinha finalmente entendido como é importante amamentar. Eu já fiquei feliz, mas o surpreendente veio depois.
Ela me contou que, quando eu era pequeniníssima e ainda estava somente no leite materno, fiz cocô verde por alguns dias. Ela era novinha, minha avó e a avó dela ficaram tocando o terror, que cocô verde era super perigoso, e ela me levou ao médico. O médico fez o favor de dizer para ela que eu estava com infecção intestinal (oi?) e que ela deveria imediatamente suspender a amamentação e introduzir apenas leite artificial (oooi?). Vamos lembrar que eram os anos 70, o auge da moda contra-aleitamento materno. Ela obedeceu ao médico e, meio que para se conformar, colocou na cabeça que era mesmo melhor assim e que amamentar sucks.
Ela me disse, olhos rasos d’água (em 32 anos de vida devo ter visto minha mãe chorando menos de dez vezes): só agora eu percebo, Dani, que aquele médico me enganou. Falou bobagem e que, por causa dele, eu não amamentei vocês. A Helena já cansou de fazer cocô verde, e olha aí. Me arrependo de na época ter acreditado no que ele disse e não ter procurado uma segunda opinião. Poderia ter sido muito diferente.
Gente, chorei quando ela me disse isso! Mais por ela que por mim, obviamente. Porque agora, tendo acompanhado minha história com a Helena, ela percebeu o que ela perdeu.
Mas, por outro lado, fico contente por ter propiciado este resgate a ela. Ela não me amamentou quando eu era bebê, mas eu poder amamentar a neta dela fez com que ela pudesse resolver essa história. E eu ganhei uma aliada.

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Eu acho que de nada adianta o governo ficar fazendo campanha pelo aleitamento exclusivo até o sexto mês. Esta prática é simplesmente incompatível com a licença maternidade de quatro meses para a realidade da esmagadora maioria das mulheres que trabalha. Enquanto a licença não for de no mínimo seis meses, a gente vai continuar com um índice de dez por cento de aleitamento materno exclusivo por seis meses.
Conheço poucas pessoas, em relação ao número total de mães da minha idade, que amamentaram somente no peito até os seis meses. Uma delas (mãe de gêmeos! beijo para você) não trabalha. As outras – eu inclusa - contam com pelo menos uma destas facilidades:
- horário de trabalho flexivel
- carro próprio
- possibilidade de trabalhar em casa em alguns períodos
- possibilidade para “passadinhas” em casa, para amamentar, pelo menos uma vez por dia.
Acho que para, por exemplo, uma operária que trabalha oito horas ao dia e fica uma hora no ônibus para ir e outra para voltar do trabalho (ou seja, mínimo de dez horas fora de casa por dia) não é possível garantir mamadas a cada três horas para seu filhote. Seriam, pelo menos, quatro mamadas na mamadeira por dia. E como a mãe faz para largar a linha de produção para tirar leite com a bombinha no horário que seria da mamada e, assim, manter o estímulo ao peito? E onde esta mãe armazena este leite durante a jornada? E como faz para levar este leite, sem estragar, no ônibus no final do dia.
Essa realidade – muitas horas fora de casa – é a realidade da esmagadora maioria da população. Sem licença maternidade de seis meses, essas mulheres todas, por mais que queiram, não vão conseguir amamentar exclusivamente depois da licença.

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Eu tinha pa-vor que a Helena desmamasse quando experimentasse a mamadeira. Aluguei a bomba e fiquei tirando leite e jogando fora por mais de dois meses, por puro medo de oferecer uma mamadeira para ela, ela passar a rejeitar o meu peito e nunca mais mamar leite materno. Obrigada radicais da amamentação, pelos seus blogs terroristas. Beijo para vocês.
Quando ela foi tomar mamadeira pela primeira vez, eu fiquei chorando na outra sala. E quando ela rejeitou a mamadeira nesta mesma primeira vez, eu senti um alívio (junto com o medo, né, porque eu precisaria voltar a trabalhar dali a alguns dias e ela precisaria tomar leite de alguma forma).
Ainda bem que no fim ela pegou a mamadeira mas prefere o peito. Já aconteceu de eu chegar e ela estar tomando mamadeira (pode confessar que todas as vezes que isso aconteceu eu chorei?) e, ao ouvir a minha voz, ela largar imediatamente a mamadeira e terminar a mamada no peito.
Mas passei por tanto stress à toa!

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Nem sei quantas vezes, ao responder que ela acorda sim à noite para mamar, ou que mama a cada três horas, eu ouvi: aaaaaaaaaahhhhhhhhh, mas fica tranquila, daqui a pouco ela vai começar a comer outras coisas e você fica livre.
Isso desde que ela era muito, muito novinha. Eu sempre sorri e mudei de assunto, porque, catzo, não vou ficar explicando que a coisa que eu menos quero é ficar livre da gostosura que é amamentar a minha filhota! Agora que chegou a hora estou ansiosa para oferecer as comidinhas para ela, mas até aqui, amamenta-la nunca foi um peso!

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Estamos nostálgicos aqui em casa. Está chegando a hora de introduzir frutinhas na dieta dela, nossa bebê está crescendo. Mas o que nos tem tirado o sono… é que os dias de cocô light estão contados! hahahahaha
A gente sabe que, comeu fruta… ferrou! O cocô deixa de ser não-fedido e passa a ser explosivo.
Quando ela faz cocô, está até rolando uma disputinha: deixa que eu troco! Estamos, eu e meu marido, meio que guardando créditos… hahaha

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E agora outra questão que se apresenta é: quando parar? Para esta é que não tenho MESMO resposta.
Mas acredito que é só deixar rolar… do mesmo jeito que foi tudo natural até aqui, acredito que será na hora de parar…
(e parabéns para você qúe leu tudo até aqui… teve alguém?)

post escrito em 26.01.2011
UPDATE - Introduzi os sólidos aos poucos, depois que ela completou seis meses. Amamentei até as vésperas do primeiro aniversário, sendo que o desmame foi bem gradual e sem traumas. A amamentação, para mim e para ela, foi uma história com final muito feliz.

Repostando

Durante alguns meses mantive um blog privado.

E neste blog escrevi algumas coisas que quero publicar agora.

Então, enquanto viajo, deixei programados alguns posts - para vocês não morrerem de saudade de mim (capaz!) enquanto fico lá morrendo de saudade da minha filhota.

Espero que vocês gostem... e até a volta se é que eu vou aguentar mesmo ficar 10 dias longe da minha pituca e não voltar antes.




quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Fabula - mais uma marca burra

A Helena fez aniversário no dia 30.07.
Uma amiga não pôde vir à festinha e me mandou na terça-feira um presente - um vestidinho fofíssimo da Fabula, que é a marca infantil da Farm (loja bem conhecida no Rio e também fora dele).
Acontece que o vestido é bem pequeno, e não serviu para a Helena. Resolvi então trocar, na mesma loja em que foi comprado, no Shopping Market Place aqui em São Paulo. De acordo com o que estava escrito na etiqueta, foi comprado no dia 14.08, portanto, poderia ser trocado até 14.09 (também está escrito na etiqueta que o prazo de troca é de 30 dias). Nada mais está escrito na etiqueta sobre prazos ou restrições à troca.
Pois bem. Cheguei na loja com o vestidinho intacto, a etiqueta afixada, tudo certo.
Mostrei para a vendedora e... surpresa! Ela me disse que não faria a troca porque o vestido era da coleção passada. Eu argumentei que estava dentro do prazo. Mas ela mesmo assim se recusou, dizendo "a gente coloca na etiqueta que não troca peças de coleção passada... você pode ver... aham...".
Não estava escrito na etiqueta.
Cansei de perder tempo com aquilo, agradeci e fui embora.

Fato é que agora tenho um vestidinho lindo, que provavelmente não custou barato, e que não serve na Helena. E que, mesmo estando dentro do prazo de troca, não foi trocado.

Não achei exatamente inteligente a atitude da loja. Então o que farei é nunca mais comprar nada lá e contar para todo mundo o que aconteceu. Porque né? Chato a gente dar um presente, o mesmo não servir e o presenteado nao ter como trocar, não é mesmo?

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A viagem e a culpa

E então que depois de muito enrolar, pensar, ponderar e sofrer pressão do marido analisar, decidi: vamos viajar sozinhos.

Sim, na sexta-feira depois de amanhã gente, pelamor, alguém me salva embarcamos a dois para NY. Cidade que amo muito, estou doida de vontade de rever. Vamos passar 10 intermináveis dias por lá, passeando, namorando, tomando todas e fazendo muitas comprinhas. Já fiz reservas para alguns restaurantes que amo, para outros que estou louca para conhecer, comprei ingressos para teatros... mas gente, CADÊ A ANIMAÇÃO?

Sim, porque fossem outros tempos eu estaria contando os minutos que faltam para o embarque. Mas dessa vez... aiai... se ligarem da cia. aérea adiando o vôo em 48 horas eu bem vou gostar.

Eu sei que vai ser ótimo. Que a Helena vai ficar super bem com a vovó - que está cheia de planos de diversões incríveis. Que a cidade escolhida não é exatamente adequada para passear com crianças (então, eu não vou ficar pensando toda hora "ai, eu devia ter trazido a pequena"... será que não vou?). Que é uma delícia ficar sozinha com o marido, fazer todas as refeições sentada e em paz, pedir entrada-prato-sobremesa, tomar drinque e secar uma ou duas garrafa de vinho, não ter hora para acordar, não ter hora para nada na verdade, poder sair só com uma mini-bolsa...

Mas e a saudade da minha baixinha, como faz?









domingo, 4 de setembro de 2011

Andou!

Interrompemos a programação normal deste blog para o anúncio oficial: A HELENA ANDOU.
Ela já estava ensaiando há bastante tempo, e se soltava para pequenos percursos há algumas semanas.
Mas hoje quando voltamos do clube ela se soltou de vez, ficou toda empolgada levando e trazendo coisas para o papai e para a mamãe (é, andou segurando coisas) e foi andando sozinha para o quarto tomar banho.
Está crescendo, a minha pequenininha. E eu não imaginava que assistir a este crescimento seria tão emocionante.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Conceituando

Deixa eu ver se entendi bem: quando a gente acorda com a bebê chorando no meio da noite, mas fica com preguiça de passar hooooooooooras fazendo ele dormir de novo e sabe muito bem que a danadinha está é chorando porque já se acostumou e chegou a hora de ir para a cama da mamãe e então a leva para a nossa cama, isso também tem o pomposo nome de cama compartilhada?

Então tá.

Aqui em casa, praticamos cama compartilhada.

Ai, como eu sou mamífera.