quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Relato de parto deste filho aqui

Vamos entrar no túnel do tempo? Vamos.

Era 2003. Eu era uma xóvem recém-formada, recém-mudada para meu primeiro apartamento sozinha (sem ser república) e estava naquela fase de se jogar forte na balada me divertir. Colecionava histórias de bêbada engraçadas, até que um belo dia (lembro bem, era meu aniversário) minha cunhada, que é jornalista, me perguntou porque eu não fazia um blog.


Eu respondi que poderia fazer, contanto que soubesse o que era um. E então ela me apresentou o Homem é Tudo Palhaço, de umas jornalistas (no periodo paleolítico, blog era coisa de jornalista, confere?) cariocas mutcho debochadas. Pronto. O mundo dos blogs me pegou.

Comecei a ler um, outro, outro, clicando em infinitos (nada infinitos perto do que é hoje, mas ainda assim infinitos) links. Passei a comentar e, empolgada, criei o meu (o meu primeiro blog era .blig, JEMT, o blog do IG hahahaha). Passei vários anos alimentando o meu Diário de uma Bêbada Virtual com edificantes histórias de uma mocinha de vinte e (bem) poucos dividida entre os gatchinhos, as buatchys, um pouco de trabalho e muitos amigos.  E com dúvidas existenciais relevantes, como o que vestir e como chegar em casa em segurança no meio de tudo isso.

Mas aí o tempo passou, o trabalho aumentou, a balada cansou, a mocinha envelheceu e engordou amadureceu. E encontrou o grande amor da vida. E as histórias ficaram menos engraçadas - embora a vida tenha se tornado mais divertida, de certa forma. E o blog foi morrendo de morte morrida, com algumas tentativas de ressurreição, todas malsucedidas. Até que em outubro de 2008 o assunto acabou de vez e o blog - antes tão movimentado - deixou de ser alimentado.

Mas uma vez picada por este bichinho... sempre viciada. Porque é aquilo: a gente interage com um monte de gente bacana, faz amigos SIM (mesmo aqueles que a gente nunca viu pessoalmente), aprende coisa. Tenho amigos queridíssimos que vieram através deste primeiro blog e que amadureceram junto comigo.

Parei de escrever o PT (sei que tem gente aqui que veio de lá, mas não conto o nome marrnunca. Fato é que perdi a senha e não consegui privatiza-lo, que é o que eu queria fazer) por pura falta de assunto, mas nunca deixei de ler zilhares de blogs, que, para meu espanto, cada vez mais deixavam de ser um diarinho pessoal e passavam a ser especializados, lidos, comentados.

Um destes blogs era o It Girls, que também faleceu e ressucitou depois. E um belo dia, em algum dos posts, a Ale citava o Motherholic. Vale dizer que nessa época eu já era uma senhorita recém-casada que pensava em ter filhos. Comecei a acompanhar silenciosamente o Motherholic, não sei se cheguei a comentar. Curtia as gracinhas das crianças, amava a escrita inteligente da Isa, mas não tinha muito o que falar. E neste primeiro momento, não cheguei a clicar nas sugestões do blogroll dela.

Até que senti que o meu momento de ser mãe chegou. E ~tcharam~ a falta de assunto bloguistico imediatamente se reslveu. Porque se tem uma coisa que gera assunto é maternidade, não?

Então parei de tomar a pílula e para comemorar criei o www.maeperua.wordpress.com (gente, cês não imaginam o que era o blogspot quando eu o usava, lá para 2003, 2004. Era o terror e eu tinha trauma, fui direto para o wordpress). Lá eu desabafava sobre as minhas tentativas, ansiedades e medos. Mas só contei para a Tati, amiga blogueira da outra encarnação.

Até que um belo dia os dois risquinhos finalmente passaram a existir. Pronto, eu era uma gestante. E uma gestante tem MOINTO mais assunto que uma tentante, por supuesto. E foi aí que eu comecei a clicar no blogroll da Isa que eu falei ali em cima. E aí fui parar na Mari, na Ro, na Dani. E os blogrolls delas me levaram para a Carol, a Tchella, a Flavia... e por aí vai né gente.

Uma comenta, a outra responde, não sei quem linka... e de repente, você está enredada nessa deliciosa teia que são os blogs maternos. Sente falta dos filhos das outras, precisa ouvir a opinião dazamiga tudo, alivia o stress quando sabe que deu tudo certo para a outra (a Flavia, que tem a Stella poucos meses mais velha que a Helena, me deu uma força que foi fundamental para que a gente conseguisse chegar aos seis meses só com leite materno) dá risada com as gracinhas, se preocupa quando alguém some. Fiquei feliz da vida quando a , que engravidou juntinho comigo (o Antonio é exatos 17 dias mais novo que a Helena) resolveu criar o blog dela: a minha primeira amiga do mundo "real" que foi para o "virtual". Como ela mora lá em Portugal, os nossos blogs tiveram o papel de nos aproximar ainda mais.

Há coisa de um ano, tive um momento de stress, encanei e privatizei o blog. Continuei escrevendo - porque um dos principais motivos que tenho para blogar é deixar um registro para a minha filha, de como era, do que pensava e do quanto a amava a mãe dela quando ela era pequena - mas senti A MAIOR FALTA desta troca entre as mães. E então uns seis meses depois de fechar o blog decidi voltar, agora no formato blogspot, porque uma vez viciada...

Confesso que sou uma mãe meio relapsa com este filho virtual, que de vez em quando fica semaaaaanas (ou meses, hehe) abandonado. Mas o que não quer dizer que eu não tenha o maior carinho por ele e não valorize DEMAIS as opiniões e o carinho que trocamos através dele.

XXXXX

Este post é parte da blogagem coletiva - que foi ontem, não falei que sou uma mãe relapsa? - proposta pelo Mamatraca.