quinta-feira, 31 de julho de 2014

O primeiro pedaço

Acho que uma das tarefas mais importantes que tenho, como mãe de duas, é incentivar a construção de um relacionamento estreito, harmonioso e amoroso entre as minhas duas filhas. Cada pequeno indício de que uma tem à outra, que uma pode contar com a outra, é capaz de produzir uma inexplicável onda de amor e de alívio (sim! elas têm uma à outra, não apenas a mim ou ao pai delas) em mim.

E ontem presenciei uma cena dessas.

Foi aniversário de quatro anos (sim, quatro anos! parece que foi ontem, parece que ela sempre existiu) da Helena. Fizemos o jantar especial que ela pediu (macarrão à bolonhesa e de sobremesa melancia e manga, que aos 45 do segundo tempo foi complementada, sempre à pedido, com sorvete de doce de leite). Jantamos nós quatro mais os meus pais.

Chegou então a hora de cantarmos parabéns. Sem que ninguém falasse absolutamente nada, a Helena pegou a faca, cortou (daquele jeito) um pedaço de bolo e falou baixinho, pra si mesma "o primeiro pedaço vai pra Teresa". Eu estava ao lado dela e escutei, fiquei feliz da vida, mas ela não percebeu. E como ninguém mais deu bola, todos estavam conversando, ela anunciou em alto e bom som "o primeiro pedaço é da Teresa", lançando pra mim o seu olhar mais doce e ligeiramente constrangido, como quem pede desculpas por estar dando o primeiro pedaço, tão importante e simbólico, para a irmã e não pra mim.

Foi o gesto mais lindo que você fez, filha. Jamais teria conseguido me agradar e me deixar feliz da mesma forma que você me deixou. Dar o primeiro pedaço - com toda a simbologia nele embutida - para a sua irmã, dando mostra da força da relação de vocês, é a maior homenagem que uma mãe pode receber.

Todos aplaudiram, comemoraram, elogiaram. A Teresa mandou um BIDADA LELE e fui dormir com a sensação de que sim, estamos no caminho certo.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Da nostalgia

O tempo passa muito mais rápido do que sou capaz de perceber e, de repente, a Teresa é uma bebezona linda e fofa e gostosa de 11 meses, toda doidinha querendo sair andando, que sabe se comunicar e mostrar o que quer.De acordo com nosso planejamento, Teresa será a última bebê aqui em casa.

E dia desses me perguntaram se eu tenho saudade de recém-nascido. Hum... aquela coisica molinha, apertável, fofinha e bochechuda que foram as minhas duas recém-nascidas? Não. Não, obrigada. Curti as minhas, mas estou satisfeita.

Fiquei pensando em todo o processo de gravidez-parto-cuidados com bebês e percebi que me sinto absolutamente satisfeita com tudo o que vivi até agora. Engravidei quando quis, as meninas nasceram do jeito que eu, consciente ou inconscientemente, desejei, amamentei e ainda amamento. Cada fase foi aproveitada da melhor maneira possível e é claro que adorei viver tudo isso, mas não sinto exatamente saudade de nada.

Mas tem uma sensação que eu gostaria de reviver. Acho que foram os momentos mais intensos da minha vida, tanto é que as lembranças são vívidas, e chego a poder sentir cheiros, lembrar de detalhes: os primeiros momentos após o nascimento de cada uma delas. Acho que as duas ou três horas imediatas ao parto de cada uma das meninas. Aquele primeiro encontro, o primeiro olhar, o primeiro colo. A carinha de cada uma delas, com aquele olhar de interrogação "o que aconteceu aqui gente?".  O cheirinho do seu recém-nascido que acaba de nascer, algo indescritível e irreproduzível. Aquele suspiro longo e profundo "ufa, ela tá aqui, no meu colo, vem pra mamãe".

Os momentos de namoro e reconhecimento da bebê. Os olhos marejados do pai, a emoção de todos os três envolvidos. O aconchego daquela coisiquinha (parece um macaquinho né gente vamos combinar) no colo da mãe, o jeito que elas pegam no peito.

Taí uma sensação que eu adoraria viver de novo. Ainda bem que cada vez que me lembro de tudo isso, revivo um pouco.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Coragem!

Não inscrevi a Helena no curso de férias da escola. Mil motivos.

No entanto, na semana passada, aconteceria um passeio para uma fazendinha (provavelmente fazendinhas são os locais preferidos da Helena entre todos os locais do universo conhecido). E a escola aceitava a inscrição de alunos não matriculados no curso de férias. E eu precisava, desesperadamente, de um dia de folga da minha filha mais velha.

Perguntei a ela se ela gostaria de ir. Aqui vale dizer que, depois do nascimento da Teresa - e especialmente agora, que a irmã está fofa gostosa cheia das gracinhas -, ela deu uma regredida em termos de independência. Deu uma grudada em mim. Nada preocupante, nada inesperado, nada insuportável embora às vezes eu tenha vontade de sumir. Mas rolou essa regredida.

Ela disse que sim, que queria ir. Combinamos que ela só iria se realmente estivesse a fim, que eu não a deixaria chorando nem nada disso. Ok.

No dia, acordamos, perguntei a ela se ela queria mesmo, ela se mostrou animada e foi logo se trocando para ir. Café, beijinho na irmã (com direito a pirraça você é nenezinha e não po-de-i-ir), tchau.

Quando chegamos na porta da escola, o ônibus estava lá. E nesse momento ela deu uma amarelada. Mãe, to com medo. Eu lembrei a ela que ela gostava de andar de ônibus mas não sozinha mãe, eu gosto de andar de ônibus com você ou a vovó. Ok, disse a ela que entraríamos na escola e lá ela poderia pensar se queria mesmo ir. Se não quisesse, voltaríamos pra casa, sem problemas.

Disse também que era normal sentirmos medo, mas que normalmente quando decidimos enfrentar o medo a recompensa é boa. Que eu sabia que ela gostava muito da fazendinha e que iria se divertir no passeio.

Ela entrou na escola, desconfiada. Não quis descer do meu colo. Mas a professora que iria acompanhá-los veio falar com ela. Disse que eles iriam brincar com os bodes, pegar os coelhinhos no colo, dar comida para os patinhos. O olho dela foi brilhando.

Até que ela me olhou e disse:  mãe, eu to com medo, mas eu vou. Eu vou na fazendinha. 

E desceu do colo. Resoluta.

Fiquei emocionada com a coragem e a clareza da minha pequena. Tão pequerrucha. Saí da escola, me escondi na rua em frente, de modos que pudesse acompanhar o embarque dos pequenos sem que ela me visse (ai gente, quem nunca?) e vi. Ela subindo no ônibus, toda contente, com os amiguinhos.

Passou o dia fora, passei o dia com o coração na mão (ela nunca tinha ficado tanto tempo fora com "estranhos"). No final do dia, peguei uma menininha absolutamente cansada e absolutamente feliz. A professora me disse "nossa, como ela se divertiu!".

Fiquei feliz. Emocionada. Admirada com ela.

No dia 10.07.2013 a Helena entendeu que, sim, vale a pena enfrentar o medo. A coragem pode ser recompensadora.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Seis meses e um agradecimento

Muita coisa aconteceu desde a última vez que eu tive ânimo para escrever aqui. Muitas emoções intensas, que foram vividas e permanecerão eternamente registradas, não aqui, mas nas nossas memórias. Nossa família se transformou profundamente com a chegada arrebatadora da Teresa. Sentimos uma completude. Agora, não falta mais ninguém.

Muitas coisas vividas e, neste domingo 07.07, quase sem que eu percebesse... a Teresa completou seis meses de vida. Seis meses de muita alegria.
E seis meses de aleitamento materno exclusivo. Me sinto privilegiada por ter conseguido proporcionar isto para as minhas duas filhas. Sei que formamos ótimas equipes, cada uma a seu tempo, e que não enfrentamos nenhum grande percalço nestas jornadas. O mérito por estas conquistas é nosso, claro.
Mas sei, também, que contei com uma incrível rede de apoio que nos ajudou nessas conquistas.
O principal e fundamental foi o apoio do Daniel, super pai, super companheiro, que de cara (talvez até antes que eu) entendeu a importância da amamentação para as meninas e proporcionou a mim a tranquilidade (em todos os sentidos: financeira, física, emocional) necessária para me dedicar à tarefa.
Mas outras pessoas também tiveram um papel importante nisso, e talvez nem saibem: minha mãe, que venceu a resistência inicial e  logo foi convertida à causa e se tornou uma propagandeadora dos benefícios do leite materno. E as minhas companheiras de primeira viagem, que me ajudaram a passar pela primeira experiência e, assim, a tornar a segunda muito, mas muito mais tranquila: a Flá que abriu caminho e foi me mostrando, dia após dia, que YES WE CAN - inclusive trabalhar e amamentar - e a , que passou comigo por todas as dúvidas, cansaços, angústias e inseguranças. Que me entendeu como ninguém. Que me apoiou e esteve comigo em todos os momentos.
Hoje, olhando em retrospectiva, percebo a importância desses apoios todos. E agradeço o privilégio de tê-los tido.
Obrigada! Obrigada, mundo!


quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Mais curtas

Mais três curtinhas da Lelê, que mãe prenha esclersosada gestante vai lembrando aos poucos...

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Ela fala tucutar, ao invés de cutucar. Eu falo: cu-tu-car e ela repete: tu-cu-tar.

E eu quero morrer de tão fofo que é

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Estávamos na praia, ainda no assunto planos para as próximas semanas. Ela em volta, fingindo interesse nos baldinhos e pazinhas mas de ouvido em pé e prestando atenção, mesmo, é na nossa conversa.

Falei que podíamos ir pra lá no dia 21.12, curtir o final de semana que costuma ser bem tranquilo antes da loucura do reveillon, e voltar para SP no dia 24.12 na hora do almoço, a tempo de irmos às festas de natal da família.

Ela levanta e decreta: NÃO!

Mas não o que, filha? 

Não quelo féta nenhuma. Só quelo praia!!!!

My girl

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Costumamos frequentar um restaurante em Camburi, que tem uma garçonete que é louca por ela. Ambas fazem a maior festa quando se encontram, e durante os jantares a santa Jane brinca, agrada, traz lápis de cor...

Jane está grávida de uma menina e agora a barriga começou a aparecer. Falamos para a Helena: olha, filha, que legal, a tia Jane está grávida! Tem uma nenezinha na barriga dela.

Minha pequena leonina, modesta como ela só, concluiu e ela vai chamar Helena, que nem eu, né? 

(pior é que vai hahahahahaha, aí é que ela ficou se achando mesmo)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Três curtas

Uma malandrinha em três atos

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Estávamos sentados na praia, eu e Marido, conversando sobre a superlotada agenda de dezembro. Sobre um dia específico que está bem cheio de eventos, marido lembra que ah, tem também o casamento do Fulano, preciso ir nem que seja pra assistir a cerimônia, se você não quiser ir não precisa. 

Respondi que sim, eu ia, claro.

A pequena, ao ver que não estava inclusa nos planos, já avisa pai, eu vou com você. Se eu não for, eu vou ficar choraaaaaaaando com a Minnie...

(acho que ela vai de date do pai e eu fico em casa, então)


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No carro, o tio dela liga para avisar que tem mais priminhos a caminho! Oba, comemoração da família, informo a ela filha, olha que legal! A sua prima vai ganhar um irmãozinho, ou uma irmãzinha, assim como você!!!

Ela me olha muito séria

Mãe, eu vou ganhar uma irmãzinha só né? 

Espero que sim, filha. Também não estou preparada para este tipo de surpresa...

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Ela sabe que eu não gosto que ela brinque no iPad por muito tempo. Em especial no meio do dia.

Chegamos da escola, ela almoçou, eu estava terminando de me arrumar pra sair, ela chega e anuncia mãe, vou brincar com o meu jogo!

Que jogo, filha?

O jogo do ovo.

Mas que jogo é esse?

Aquele, meu jogo.. que eu tenho

Mas onde fica esse jogo? Onde ele está?

No iPad

E sai - literalmente - correndo da sala!

Dá pra não deixar jogar um pouquinho?





sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O natal e a chupeta

Nem penso em tirar a chupeta da Helena agora. Ela adora a maldita (tanto quanto eu detesto), tem irmãzinha chegando... enfim, definitivamente acho que não é o momento. Nunca nem tocamos no assunto aqui em casa, mais pra frente a gente vê como faz. Eu limito o uso à hora de dormir (ou àquelas situações de emergência que quem tem filho pequeno sabe como são) e pra mim tá bom assim.

Acontece que no feriado a prima seis meses mais velha foi ao shopping e entregou todas as chupetas para o Papai Noel. To-das. A ídola, a prima mais velha, o modelo de menina... entregou as chupetas para o Papai Noel.

E agora? Como proceder?

Helena ficou sabendo disso, viu fotos da prima, ouviu a avó comentando.

Alguns dias depois, anunciou:

Mãe! (é, mãe, pura e simplesmente, não canso de lamentar) Eu vou no shopping e vou entregar as minhas chupetas para o Papai Noel!

Verdade, filha? Tem certeza?

Sim. Ele vai me dar um presente, então vou entregar as chupetas pra ele

Quinze segundos de silêncio e reflexão

Só vou guardar uma, uma só... pra hora de nanar

Golpe no bom velhinho. Sei lá filha. Deve dar azar.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Espertinha...

Ontem saímos para almoçar e, na sobremesa, pedi um sorvete com calda de chocolate (quem nunca?). Meu marido, com calda de caramelo.

Lelê ia alternando entre colheradas em ambos. Em um momento, pegou um pouco da minha calda e disse isso é chocolate né mãe? (ah sim, agora eu não sou mais mamain. Sou MÃE ou, nos dias de menos sorte, Mickey).

Respondi que sim, e ela gentilmente me informou a vovó me dá chocolate. 

Qual avó, Lelê? A sua mamãe!

Ah é, filha? Quando a vovó te dá chocolate? Na paulita!  (elas adoram ir passear na Paulista e arredores)

Pensando alto, eu disse "vou dar um enquadro na tua avó! Que chocolate que ela te dá?"

A espertinha viu que talvez tivesse falado demais e mandou ih, esqueci!

Me diz se eu posso com isso? 

ps. agradeço DE CORAÇÃO a ajuda e opiniões no post anterior. Tenho observado o comportamento dela e acho que o problema é mesmo com a água caindo na cabeça. Ainda não consegui resolver, mas já melhorou bastante... talvez a gente volte com a banheirinha, ainda estou ponderando... obrigada mesmo, queridas!  

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O banho - ou A hora do Pesadelo

Desde que nasceu, a Helena curtia tomar banho. Sempre foi um momento gostoso, relaxante.

Com um ano e meio, mais ou menos, ela passou por uma fase chatinha de chorar e reclamar um pouco, mas logo melhorou. Seguimos em frente.

Na praia não tem banheira, e ela sempre tomou banho no meu colo. O comportamento era muito variável, tinha dias que dava um escândalo monstro, em outros, curtia.

No começo de outubro, ela começou a querer ir para o chão na hora do banho lá na praia. E, aparentemente de forma miraculosa, começou a curtir DEMAIS o momento "banho no chuveiro". Entrava no chuveiro, molhava o cabelo, enxaguava. Achei que meus problemas estavam resolvidos.

Fomos viajar e, na semana em que estávamos fora, mesma coisa. Ela tomava banho toda contente no chuveiro do hotel, eu ficava só ensaboando-enxaguando, do lado de fora. Ela se divertia, estava tudo ótimo.

Chegamos em casa e, empolgada, eu tirei a banheira do banheiro dela. Ela, aparentemente, curtiu. Continuou no esquema banho feliz no chuveiro.

Até que de repente, sem aviso e de forma totalmente inesperada, começou a dar ALTOS ESCÂNDALOS no chuveiro. Sério, não teve nenhuma alteração em nada. Mesmo chuveiro, mesmo pai ou mesma mãe dando banho, seguindo a mesma sequência. Nem o shampoo a gente mudou!

Mas, do nada, a menina começou a fazer uns escândalos inacreditáveis. No naipe tenho medo dos vizinhos chamarem a polícia. Ela grita, chora, se agarra nas pernas de quem tiver dando banho. Tentando empolgá-la, levei numa loja para que ela escolhesse um tapetinho de borracha pra ficar no chão. Ela escolheu, coloquei no banheiro e... nenhum efeito. Ela até entrou empolgada, mas um segundo depois, choro e gritaria.

E esta semana o pesadelo vem num crescendo. Agora, logo depois do jantar, ela começa a falar que não quer tomar banho, que só quer lavar o pé. Chora antes mesmo de ir para o banheiro. No meio do banho, começa a berrar "acabou o banho! acabou o banho!".

Hoje propus que ela tomasse banho no balde (ela adorava, antes). Fomos na área de serviço, ela escolheu um balde, levou para o banheiro, começou a tirar a roupa. No meio do processo, teve um estalo "mamain não quelo tomar banho", pegou o balde e levou para a área de serviço.

Dissemos que ela tinha que tomar banho, ela já começou a chorar no caminho para o quarto. Entrou no banho aos prantos, se agarrou desesperada nas pernas do pai (que tava dando banho nela), gritou como se estivéssemos agredindo ela. Confesso que hoje me descontrolei e comecei a chorar junto. É terrível, parece realmente que ela está sofrendo, que estamos fazendo uma coisa horrível.  

A enxuguei e a vesti, as duas aos prantos. Errado errado muito errado chorar na frente de filho, mas desculpa, não deu. Eu já conversei com ela, o pai já conversou, e só piora!

O Daniel está lá, colocando ela pra dormir. E eu estou aqui, escrevendo esse desabafo e esse pedido de ajuda! Aconteceu algo do gênero com alguém aí?

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

E ela tem nome

Ao contrário da primeira gravidez, dessa vez eu estava ZERO ansiosa para decidir o nome da pequena.

Quando confirmamos que era uma menina, obviamente eu comecei a pensar em listinhas de nomes, mas eram tantas e tão lindas opções que cada hora eu escolhia um, o que me fez zerar mesmo a ansiedade. Afinal, quase com certeza é a minha última filha (só falo quase porque a gente nunca pode dizer nunca, então nunca se sabe, mas a idéia é encerrar por aqui mesmo) e, portanto, a minha última chance de dar um nome a uma pessoinha (ui, que responsabilidade gostosa).

E então eu fiquei contente em imaginar possibilidades, sem pressa para decidir.

Mas... temos um fator complicador nessa história. E esse fator complicador tem dois aninhos, lindos cachinhos dourados e é tagarela. E começou a espalhar por aí que o nome da irmãzinha seria Julia. Nada contra este nome, que aliás é lindíssimo, mas apenas não queríamos para nossa filhotinha #02. Temos uma Julia na família, bem próxima (talvez até por isso ela tenha cismado com o nome), e não acho que escolher o nome da irmã seja função dela, e sim de nós, os pais. 

Resolvemos então que era hora de tomar uma atitude e decidir, antes que a Lele o fizesse por nós, a coisa saísse do controle e acabássemos batizando a peqpeq de Julia por pura inércia.

Elaborei uma lista tríplice (eu amava igualmente os três nomes, e acho que seria capaz de colocar um nome triplamente composto, pela incapacidade de decidir o preferido entre os três) e o Marido ficou incumbido de decidir entre as possibilidades apresentadas.

Então um dia eu estava no sofá de casa, com o computador no colo, trabalhando. Ele chegou em casa e anunciou, objetivo como sempre: "escolhi o nome da nossa pequena. É a Teresa".

E assim foi, filhotinha. Você vai chamar Teresa.

Venha, Teresa (ou Telesa, como te chama a sua irmã) linda. Estamos à sua espera.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A minha féta

Recebi esses dias as fotos da festinha de aniversário da Lelê (que aconteceu no início de agosto).

A festa foi incrível, por um motivo muito simples: ela curtiu MUITO. Ficou feliz da vida, passou dias e dias comentando que "a minha féta" isso, "a minha féta" aquilo. A reação e a alegria dela compensaram a trabalheira - que não foi grande, confesso, mas quem nunca, na véspera, não pensou "pra que eu fui inventar isso, deveria ter feito só um bolinho em casa ou na escola?"

As fotos ficaram ótimas - a fotógrafa foi uma super indicação da  e da Roberta - e eu estava doida pra mostrar aqui pra vocês. Mas resolvi esperar um pouco, afinal, a  iria publicar as fotos...

Então, se você quiser ver como foi, vai lá! (e não esquece de contar o que achou)




quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Esqueçam o que escrevi

No dia 09.09.2010 a Helena tinha uns 40 dias e eu escrevi isso aqui:

Não sei dizer em qual altura dessa noite, cumpri a sequência:
- amamentar
- arrotar
- trocar – tinha cocô
- nos primeiros cinco segundos da mamada no outro peito, adivinha? Novo cocô
- nova troca: tirei a fralda suja, limpei direitinho, coloquei a fralda nova. Adivinha? Xixi.
- abro a gaveta: acabaram as fraldas. Fui até o banheiro para pegar um pacote novo. Abro o pacote. Tudo, é claro, com uma mão só e uma bebê desmaiada no colo
- coloco a fralda nova, fecho a roupinha
- ela vomita na roupa toda
- troco a roupa
- ela começa a soluçar
Coloco ela no colo, espero o soluço passar, começo a amamentar de novo.
E o pensamento da madrugada é: COMO AS PESSOAS RESOLVEM TER UM SEGUNDO FILHO, MEODEOS?????
Se você puder, me responda. Estou curiosa.

E nos comentários, a  e a Mari, que eram então lindas recém-paridas pela segunda vez, responderam que a gente esquecia tu-do. Aham. Fingi que acreditei só pra não discutir com puérpera (quem é louco?), mas achei impossível. Impossível ter uma criança grande, que não dá mais trabalho e topar passar por tudo isso de novo.

Mas né? A vida tá aí para mostrar que nenhuma certeza é certa... e cá estou. Feliz da vida, esperando a minha linda segundinha (sim, mais uma menina! que alegria!) que deve chegar no final de janeiro.

Venha, minha amoreca. A mamãe esqueceu tu-di-nho que era chato e só lembra da parte boa, que é ter uma coisinha gostosa, molinha e cheirosa no colo, pra amamentar, encher de beijinhos e entrar em pânico nas madrugadas e curtir muito!


 

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Remorso

A Helena conheceu o Patati Patatá, obviamente obra da avó em conluio com uma priminha, enquanto eu viajava.

Acontece que eu sou mais uma da legião de mães que abomina a dupla de palhacitos caça-níquel. E quando ela fala algo sobre eles eu digo que a mamain não gosta do Patati Patatá, eles são feios. Método educacional muito eficiente que eu mesma desenvolvi. Como influenciar seus filhos não os deixando ter opinião própria e traumatizando-os eternamente. 

Ontem fomos a uma festinha infantil, filho de um amigo do meu marido, com quem não temos muito contato. O tema? Precisa dizer? De lembrancinha ela ganhou um squeeze e uma bola com os palhacinhos e pirou. Já demos fim em ambos, antes que me perguntem, aqui é ditadura e o esquema é bruto. 

 No carro, na volta para casa, ela toda feliz com a bola nas mãos, começa a cantarolar uma musiquinha que eu não conhecia. Eu virei para trás e perguntei que música era aquela, onde ela tinha aprendido. Ela não falou nada. Cantou de novo, perguntei outra vez, sem resposta.

Na terceira vez que ela cantou, eu disse "essa música é do Patati Patatá, filha?". E ela respondeu: "é. E a mamain não dóta (gosta)".

Mor-ri de remorso.  E vou reavaliar minha metodologia educacional...
 

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O melhor post do mundo

Este post é candidato ao concurso “O melhor post do mundo da Limetree"





Se este não é o melhor post do mundo... tenho certeza que é o mais bonito! Se você também acha, clique aqui pra votar em mim!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Relato de parto deste filho aqui

Vamos entrar no túnel do tempo? Vamos.

Era 2003. Eu era uma xóvem recém-formada, recém-mudada para meu primeiro apartamento sozinha (sem ser república) e estava naquela fase de se jogar forte na balada me divertir. Colecionava histórias de bêbada engraçadas, até que um belo dia (lembro bem, era meu aniversário) minha cunhada, que é jornalista, me perguntou porque eu não fazia um blog.


Eu respondi que poderia fazer, contanto que soubesse o que era um. E então ela me apresentou o Homem é Tudo Palhaço, de umas jornalistas (no periodo paleolítico, blog era coisa de jornalista, confere?) cariocas mutcho debochadas. Pronto. O mundo dos blogs me pegou.

Comecei a ler um, outro, outro, clicando em infinitos (nada infinitos perto do que é hoje, mas ainda assim infinitos) links. Passei a comentar e, empolgada, criei o meu (o meu primeiro blog era .blig, JEMT, o blog do IG hahahaha). Passei vários anos alimentando o meu Diário de uma Bêbada Virtual com edificantes histórias de uma mocinha de vinte e (bem) poucos dividida entre os gatchinhos, as buatchys, um pouco de trabalho e muitos amigos.  E com dúvidas existenciais relevantes, como o que vestir e como chegar em casa em segurança no meio de tudo isso.

Mas aí o tempo passou, o trabalho aumentou, a balada cansou, a mocinha envelheceu e engordou amadureceu. E encontrou o grande amor da vida. E as histórias ficaram menos engraçadas - embora a vida tenha se tornado mais divertida, de certa forma. E o blog foi morrendo de morte morrida, com algumas tentativas de ressurreição, todas malsucedidas. Até que em outubro de 2008 o assunto acabou de vez e o blog - antes tão movimentado - deixou de ser alimentado.

Mas uma vez picada por este bichinho... sempre viciada. Porque é aquilo: a gente interage com um monte de gente bacana, faz amigos SIM (mesmo aqueles que a gente nunca viu pessoalmente), aprende coisa. Tenho amigos queridíssimos que vieram através deste primeiro blog e que amadureceram junto comigo.

Parei de escrever o PT (sei que tem gente aqui que veio de lá, mas não conto o nome marrnunca. Fato é que perdi a senha e não consegui privatiza-lo, que é o que eu queria fazer) por pura falta de assunto, mas nunca deixei de ler zilhares de blogs, que, para meu espanto, cada vez mais deixavam de ser um diarinho pessoal e passavam a ser especializados, lidos, comentados.

Um destes blogs era o It Girls, que também faleceu e ressucitou depois. E um belo dia, em algum dos posts, a Ale citava o Motherholic. Vale dizer que nessa época eu já era uma senhorita recém-casada que pensava em ter filhos. Comecei a acompanhar silenciosamente o Motherholic, não sei se cheguei a comentar. Curtia as gracinhas das crianças, amava a escrita inteligente da Isa, mas não tinha muito o que falar. E neste primeiro momento, não cheguei a clicar nas sugestões do blogroll dela.

Até que senti que o meu momento de ser mãe chegou. E ~tcharam~ a falta de assunto bloguistico imediatamente se reslveu. Porque se tem uma coisa que gera assunto é maternidade, não?

Então parei de tomar a pílula e para comemorar criei o www.maeperua.wordpress.com (gente, cês não imaginam o que era o blogspot quando eu o usava, lá para 2003, 2004. Era o terror e eu tinha trauma, fui direto para o wordpress). Lá eu desabafava sobre as minhas tentativas, ansiedades e medos. Mas só contei para a Tati, amiga blogueira da outra encarnação.

Até que um belo dia os dois risquinhos finalmente passaram a existir. Pronto, eu era uma gestante. E uma gestante tem MOINTO mais assunto que uma tentante, por supuesto. E foi aí que eu comecei a clicar no blogroll da Isa que eu falei ali em cima. E aí fui parar na Mari, na Ro, na Dani. E os blogrolls delas me levaram para a Carol, a Tchella, a Flavia... e por aí vai né gente.

Uma comenta, a outra responde, não sei quem linka... e de repente, você está enredada nessa deliciosa teia que são os blogs maternos. Sente falta dos filhos das outras, precisa ouvir a opinião dazamiga tudo, alivia o stress quando sabe que deu tudo certo para a outra (a Flavia, que tem a Stella poucos meses mais velha que a Helena, me deu uma força que foi fundamental para que a gente conseguisse chegar aos seis meses só com leite materno) dá risada com as gracinhas, se preocupa quando alguém some. Fiquei feliz da vida quando a , que engravidou juntinho comigo (o Antonio é exatos 17 dias mais novo que a Helena) resolveu criar o blog dela: a minha primeira amiga do mundo "real" que foi para o "virtual". Como ela mora lá em Portugal, os nossos blogs tiveram o papel de nos aproximar ainda mais.

Há coisa de um ano, tive um momento de stress, encanei e privatizei o blog. Continuei escrevendo - porque um dos principais motivos que tenho para blogar é deixar um registro para a minha filha, de como era, do que pensava e do quanto a amava a mãe dela quando ela era pequena - mas senti A MAIOR FALTA desta troca entre as mães. E então uns seis meses depois de fechar o blog decidi voltar, agora no formato blogspot, porque uma vez viciada...

Confesso que sou uma mãe meio relapsa com este filho virtual, que de vez em quando fica semaaaaanas (ou meses, hehe) abandonado. Mas o que não quer dizer que eu não tenha o maior carinho por ele e não valorize DEMAIS as opiniões e o carinho que trocamos através dele.

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Este post é parte da blogagem coletiva - que foi ontem, não falei que sou uma mãe relapsa? - proposta pelo Mamatraca.